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NEGOCIAÇÃO: Trabalhadores têxteis unificados da região de Indaial, Pomerode e Timbó renovam a convenção coletiva de trabalho 2023/2024

A negociação, que envolveu a FETIESC, reajustou os salários em 4,70%,  a remuneração mínima da categoria em 5,8%, além de obter ganho real também nos valores do auxílio creche

O presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC), Idemar Antonio Martini, acompanhado pelo assessor jurídico, André Bevilaqua, participou na manhã desta quarta-feira (19/04), em Blumenau, da segunda rodada de negociação coletiva 2023/2024, visando garantir direitos e melhorias das condições de trabalho dos trabalhadores e trabalhadoras ligados aos sindicatos têxteis unificados.

Na oportunidade o Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (SINTEX), representado pelo seu diretor, Renato Valim e o advogado José Carlos Mülller, firmaram as convenções coletivas de trabalho com os sindicatos de Indaial, Timbó e Pomerode, representados por seus presidentes: Stephania Frainer Furlani, Elfi Lenke e Wolfgang Schumann, além do advogado Siegfried Schwanz e a tesoureira Luciana P. Swarovski.

Após amplos debates foi possível estabelecer os parâmetros de renovação do instrumento coletivo de trabalho com a aplicação de um reajuste salarial de 4,70%, piso salarial da categoria ficou estabelecido em R$ 1.720,40, após os 90 dias do período de experiência e R$ 1.592,80 na admissão, representando um aumento de 5,8% em uma inflação acumulada de 4,36%. Também foi reajustado o valor do auxílio-creche, o qual a partir de abril de 2023 passa a ser de R$ 265 (6%) para os que apresentarem recibo de comprovação; e de R$ 210 (5%) para os que não comprovarem. Os novos valores entram em vigência ainda neste mês, impactando nos salários de março.

Conforme Martini, o consenso entre as partes patronal e trabalhadora demonstra ainda ser possível construir alternativas que beneficiem ambas as partes, com base no diálogo e negociação, tendo sempre em conta as peculiaridades da conjuntura regional e nacional. 

Para ele, a o aumento real no piso salarial representa aumento do poder aquisitivo de compra do trabalhador que é o objetivo maior da luta dos sindicatos ligados à FETIESC, uma vez que “se não aumentar o poder aquisitivo dos trabalhadores o Brasil continuará sendo um país pobre, sendo que indicadores demonstram que 51% do Produto Interno Bruto (PIB) – que considera toda a produção nacional – é destinado exclusivamente para o pagamento de juros para os bancos, o que aumenta a miséria e as desigualdades”. 

Por sua vez, Bevilaqua destaca que “O acordo estabelecido nesta data demonstra que os sindicatos, apesar de todas as dificuldades impostas pelos últimos governos, se mantêm na luta para melhorar a vida do trabalhador sem refletir negativamente na empresa”, destacando que o diálogo e o consenso é o melhor caminho para solucionar os interesses do capital e do trabalho.

AVALIAÇÃO – Conforme a presidente do STI Vestuário de Indaial, Elfi Lenke, este foi um ano difícil de negociação para os trabalhadores, no entanto, “seguimos firmes na luta e nas estratégias de negociação, conseguindo aumento real, acima do índice de inflação, em todas as nossas cláusulas econômicas”. Desta forma, Lenke avalia como positiva a negociação, com destaque para o piso salarial de efetivação, que teve um ganho real de 1,48%. “Além disso, mantemos todas as nossas conquistas de anos de luta, sem retrocessos, sem perdas, o que considero uma grande vitória para a classe trabalhadora”, considera.

Do mesmo modo, a presidente do STI Vestuário de Timbó, Elfi Lenke, considera que a negociação foi positiva. Ela explica que “Com inflação baixa, tivemos um ganho real no reajuste salarial e um avanço melhor no piso da categoria. Com a inflação baixa, um reajuste salarial baixo nem sempre representa uma negociação negativa, mas sim um ganho real nos salários e no poder de consumo dos trabalhadores como um todo”.

Por sua vez, o presidente do STI Vestuário de Pomerode, Wolfgang Schumann, considera que todos os anos a negociação é uma caixa de surpresas, onde os dois lados querem ganhar. “Esse ano vejo que mais uma vez atuamos na forma correta. Claro que não alcançamos o que  pretendíamos, mas saímos vitoriosos. Afinal, ganhamos mais uma vez aumento real nos salários, um ótimo aumento no piso salarial, maior do que no piso estadual, e ainda um bom aumento no valor do auxílio creche”, avalia.

Imprensa Fetiesc

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