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EM ITAPEMA: Dirigentes sindicais defendem uma reforma do sindicalismo brasileiro

“Tiraram o dinheiro do movimento sindical, sob o capuz de ser um ato democrático”, avaliou o advogado André Bevilaqua. 

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Uma necessária e urgente reforma do sindicalismo laboral brasileiro entrou na pauta das discussões do 1º Encontro Sulamericano de Políticas Sindicais e Jurídicas, realizado em Itapema, no dia 25 de outubro, reunindo participantes da Argentina, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. 

Na ocasião, o assessor jurídico da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC), André Bevilaqua,  levantou a questão da estratégia adotada no passado recente da história brasileira de matar o movimento sindical retirando as forças de sua sustentação financeira. Desta forma, conforme ele, mantendo o movimento sindical desprovido de qualquer forma de angariar recursos,

“Tiraram o dinheiro do movimento sindical, sob o capuz de ser um ato democrático”. 

Tal situação mergulhou o movimento sindical numa crise sem precedentes, fruto de uma estratégia do capital que foi de dividir o movimento de modo que ele se aniquilasse. Logo, conforme Bevilaqua, o desafio do momento é justamente

“Unir as entidades sindicais e criar mecanismo para enfrentar essa grande investida do capital em âmbito internacional, contra os nossos ideais”. 

A mesma preocupação foi exposta pelo também advogado, Reni da Silva, do Sindicato dos Sapateiros de Parobé, que percebe o atual movimento sindical muito aquietado, calmo, com o “freio de mão puxado”. Ele recorda que não há nada mais essencial do que fazer como antigamente, quando os dirigentes iam para as portas das fábricas.

“Hoje o trabalhador não quer mais saber do sindicato e parte disso é culpa dos próprios dirigentes sindicais porque não vão mais para as portas de fábricas, não visitam mais os trabalhadores para conversar e dialogar tornando-se sindicatos de fachada, só para arrecadar”.

Destaca também que o momento atual exige uma reforma dos próprios dirigentes sindicais, os quais terão que sair da zona de conforto para aprender novas estratégias para reconquistar a classe trabalhadora. 

A ideia de Reni é corroborada pela presidente do STI Vestuário de Cianorte, Elizabete Matos, a qual afirmou durante o encontro que o  movimento sindical também está contaminado pela extrema-direita, uma vez que muitos dirigentes sindicais não aderem à proposta de lutas e mudanças. 

Conforme Elizabete, o atual movimento sindical está elitizado, sendo que os seus dirigentes “gostaram muito da Casa Grande”, e por isso se mantêm acomodados e distantes da classe trabalhadora.

“A única forma de enfrentar essa crise é dialogar com os trabalhadores, construir e tentar convencê-los de juntos, lutarmos por melhores condições de vida”, avalia. 

Nesta mesma linha de raciocínio, a presidente da Federação dos Trabalhadores das Indústrias do Mato Grosso so Sul, Cleoni Bortoli, defende a necessidade urgente de o movimento sindical se reorganizar para resistir aos constantes ataques que visam enfraquecer as relações entre capital e trabalho.

“Precisamos unir essas forças para poder nos socorrer uns aos outros. O movimento sindical precisa parar de ter vaidades, disputa de poderes, para pensar, se reorganizar e se reerguer”,

complementou Stephania Furlani, presidente do STI Vestuário de Indaial e presidente do Departamento Têxtil da FETIESC.

Já para Ernesto Quiqui Trigo, da Federação dos Trabalhadores da Argentina da Indústria do Couro e Afins, a única forma de reverter essa situação é na luta e contando com a união dos trabalhadores. Segundo ele, é preciso pensar de forma coletiva, alternativas de melhores condições de resistir neste mundo que muda a todo o tempo, a uma velocidade sem precedentes, e também de como se aproximar das novas gerações de trabalhadores e trabalhadoras que têm uma formação sociológica diferente. 

Oportunamente, o também assessor jurídico da FETIESC, Jairo Leandro Rodrigues, responsabilizou alguns agentes do poder judiciário pelo caos que assola as estruturas democráticas brasileiras, incluindo-se aí os sindicatos. Ao se referir à Lava Jato como o maior crime jurídico brasileiro, Jairo atribui todo esse desarranjo atual às artimanhas do então juiz Sérgio Moro associado ao Promotor Deltan Dallagnol, com o objetivo claro de destruir o Partido dos Trabalhadores e a esquerda brasileira.

“Tudo foi muito bem planejado pela extrema-direita que chegou a seu contento, mas não contava com nossa resistência”,

declarou o assessor ao lembrar que a crise que acomete o movimento sindical vem sendo arquitetada há tempo e será preciso mais tempo para desconstruir todas as mentiras de modo a mudar o curso da história e reconquistar a confiança da classe trabalhadora, finaliza. 

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