Durante o encontro da Secretaria da Mulher elas tiveram a oportunidade de se reencontrar com a professora que lhes provocou a criar o Departamento da Mulher da FETIESC
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Ao longo das últimas décadas, Zeli da Silva, atual presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Têxtil de Rio do Sul e região, e Rosane Sasse, do STIV Jaraguá do Sul, se mantém como dois baluartes da estruturação da luta feminina dentro do movimento sindical catarinense.
Em 1996, elas foram duas das três mulheres que fizeram parte da diretoria da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC). Para a época, a representatividade feminina no movimento sindical era algo precursor. Junto delas também tinha a diretora Euzi do STI Vestuário da Grande Florianópolis, que também apostou na inserção das mulheres no movimento sindical.
Durante o encontro da Secretaria da Mulher realizado no dia 23 de outubro, em Itapema, Zeli e Rosane tiveram a oportunidade de se reencontrar com a professora Cleoci Aparecida Machado, a mesma que em 1996 lhes provocou a criação do Departamento da Mulher da FETIESC.
E assim se fez! Com o aval da presidência, Idemar Antonio Martini, naquele mesmo ano a FETIESC criava o Departamento da Mulher e as três saíram por todo o estado, de sindicato em sindicato, iniciando a organização das mulheres trabalhadoras.
Apesar de todos os esforços daquela época, hoje Zeli se sente privilegiada de ter vivenciado aquele momento em que viajava por toda Santa Catarina convidando as mulheres para aderirem ao movimento, acreditando que a união traria a mudança.
“Não foi fácil. O mundo é muito machista, mas valeu a pena e sei que fizemos a diferença na vida de muitas mulheres. Apesar da dureza e de ter de ouvir coisas que não concordávamos, a gente não perdia a leveza.
Continuo acreditando que a sociedade só será verdadeiramente humana contando com a sensibilidade das mulheres”, afirma Zeli ao relembrar os quase 30 anos de participação ativa no movimento, que lhe fez ser eleita como a primeira presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de Rio do Sul (SC).
O envolvimento com o movimento feminino da mulher trabalhadora na FETIESC, também marca a vida e a trajetória profissional de Rosane Sasse. Ela lembra que tudo começou naquele longínquo ano de 1996 pela necessidade, das poucas diretoras mulheres que começaram a perceber as dificuldades que as mulheres tinham para participar das atividades do movimento sindical.
“Começamos a nos reunir pelos problemas comuns que tínhamos na época. Tínhamos uma garra e sofremos todo tipo de preconceito possível, desde quando diziam que estávamos querendo inaugurar um espaço de fazer programa e baile dentro da FETIESC”, relata a precursora que, apesar das dificuldades, hoje se orgulha de toda a trajetória destes 28 anos de luta coletiva.
Rosane também relembra das centenas de atividades que o departamento realizou sobre temas diversos com o objetivo de aproximar as mulheres do movimento sindical, fortalecendo a luta de homens e mulheres na conquista de direitos e melhores condições de trabalho.
Além da participação em diversos eventos internacionais, dentre as conquistas que Rosane acumula nesta luta feminina em defesa da mulher trabalhadora está o fato de em Jaraguá do Sul, ainda em 1996, ter liderado um abaixo-assinado e uma marcha pela cidade que se realizava todas as semanas, exigindo que o governo implantasse a Delegacia da Mulher. Além disso, ao elaborar o projeto ‘Compromisso com a Igualdade’, em 2000, a FETIESC conseguiu um assento na primeira composição do Conselho Estadual da Mulher Trabalhadora e recebeu da Assembleia Legislativa do Estado a Medalha Antonieta de Barros; transformando-se em uma entidade da vanguarda no que tange à luta pela igualdade de oportunidade e no combate de toda forma de discriminação e violência contra as mulheres trabalhadoras.
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