Durante o Fórum, o senador anunciou o seu afastando da política a partir de 2026, deixando uma lacuna imensurável na defesa da classe trabalhadora
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A abertura do 16º Fórum Sindical Sul (FSS 2024), que neste ano acontece em Nova Petrópolis, entre 04 e 06 de novembro, contou com a presença do Senador Paulo Paim (PT-RS) que, por toda sua história em defesa da classe trabalhadora, foi o primeiro palestrante do evento, na noite desta segunda-feira (04), fazendo uma análise do cenário político e perspectivas do movimento sindical da atualidade.
Acumulando quatro mandatos como deputado federal e três como senador da República, essa foi a primeira vez que o constituinte anunciou publicamente o fim da sua carreira política, em 2026, encerrando-se assim um ciclo de grandes lutas em defesa dos direitos do trabalho e da classe trabalhadora.
“Saio do Congresso, mas não saio do sindicalismo que é de onde eu vim”, prometeu.
Ao fazer uma análise da conjuntura política atual, o autor do ‘Estatuto do Trabalho’ lançou o olhar nos resultados das últimas eleições municipais, em que avalia como grave.
“A questão é que não fomos bem nessas eleições. Os partidos do centrão e da direita avançaram e isso poderá refletir no pleito de 2026, com impacto profundo no país e nas nossas vidas”, analisou.
Acumulando 38 anos de atuação no Congresso Nacional, o senador Paim relata que nunca havia visto uma situação igual à atual em que a desigualdade de forças políticas é tão acentuada. “Nem mesmo na constituinte o diálogo era tão difícil quanto agora”, avaliou o Senador, ao relatar as constantes tentativas dos políticos da direita para a retirada dos direitos trabalhistas e sociais do povo brasileiro.
“O grande capital está tomando conta do palco e orientando o que deve acontecer dentro do Congresso. A situação é gravíssima e certamente a mais preocupante destes 40 anos. Nossa democracia está em xeque. É preciso união! Nosso movimento sindical precisa estar organizado e preparado, pois é um dos pilares da democracia, sustentado por uma visão humanista e humanitária. Caso contrário, seremos engolidos”, convocou o Senador.
Neste cenário em que se agrava a situação em que o presidente Lula depende do Congresso para poder governar minimamente, o Senador destacou a relevância dos sindicatos laborais para o equilíbrio das forças, como instrumentos de resistência e luta, de formação política e busca por melhores condições de vida para todas as pessoas. Conforme ele, se não tiver sindicatos fortes, com o mínimo de estrutura, a luta ficará difícil; por isso é que clamou às centenas de dirigentes sindicais reunidos em Nova Petrópolis pela realização de uma cruzada nacional pela contribuição negocial ou assistencial para os sindicatos.
FRENTE AMPLA PELO BRASIL – Na ocasião, o Senador Paulo Paim também enfatizou ser importante estabelecer uma Frente Ampla pelo Brasil – por ele lançada ainda em 2014 – de modo a salvaguardar os direitos trabalhistas historicamente conquistados a duras penas; bem como continuar contando com o Governo Lula que, apesar dos desafios enfrentados, vem fazendo o país avançar, diminuindo a fome e a taxa de pobreza, controlando a inflação e investindo em áreas estratégicas como a educação e a industrialização.
Paim também chamou a atenção dos dirigentes sindicais dizendo que a forma de fazer política partidária e sindical precisa avançar para novos métodos.
“Não desmerecendo nada o que vocês fizeram até agora, mas é preciso avançar. Precisamos de renovação no campo das ideias. Precisamos aprimorar a forma de nos comunicarmos com o nosso povo. Precisamos dialogar com a juventude, os estudantes, os idosos, na periferia, com os desempregados, com aqueles que não querem mais carteira assinada. Estamos numa encruzilhada e precisamos nos reorientar. O momento exige coragem para encarar essa nova realidade que veio das urnas. Precisamos manter a essência da nossa luta, com novas ferramentas, novas formas de mobilização e comunicação. Não temos que mudar o caminho, mas temos que mudar é o nosso jeito de caminhar”, registrou.
O evento segue até quarta-feira (06/11), com palestras e debates sobre diferentes temas que convergem com os interesses da classe trabalhadora. A edição deste ano tem como tema “União e defesa do sistema confederativo e da unicidade sindical” e acontece no auditório do Hotel Alles Berg.
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