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DESENVOLVIMENTO: Indústria catarinense fecha o ano com crescimento de 6,8%

Martini acredita que a mudança no comando no Banco Central haverá de dar um novo ritmo ao desenvolvimento do país e da indústria nacional, efetivando as políticas governamentais que aliam o desenvolvimento econômico e a inclusão social

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Nesta terça-feira (10/12) a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) divulgou um balanço do crescimento da indústria. Apesar dos bons índices deste ano, há desafios para 2025, principalmente para a contratação de pessoas. 

Em 2024 a indústria catarinense registrou um crescimento de 6,8%, mais do que o dobro da média nacional. 

Segundo o relatório, os bens que lideraram esse desempenho foram os equipamentos elétricos (15,9%); máquinas e equipamentos (11,6%); metalurgia (11%); borracha e plástico (9%); e a produção de madeira (9%).

Na balança comercial, Santa Catarina exportou mais de US$ 10,7 bilhões em 2024 e importou quase três vezes mais do que isso: US$ 31 bi.

Na geração de empregos, a indústria catarinense foi responsável por 59,5 mil empregos formais neste ano, é o quarto maior saldo do país. O setor da construção foi o principal destaque, com 13,7 mil vagas; seguido pelo setor têxtil, confecção e calçados (9,3 mil); alimentos e bebidas (5,9 mil); produtos químicos e plásticos (5,1 mil); máquinas e equipamentos (4,3 mil). 

O maior desafio enfrentado pelo setor vem exatamente do mercado de trabalho: é a dificuldade de atrair trabalhadores qualificados e o alto custo para mantê-los. Este foi o tema mais citado numa pesquisa feita pela FIESC com as indústrias do Estado. 

Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que para atender a demanda da indústria de Santa Catarina nos próximos três anos, será necessário qualificar 953,4 mil trabalhadores. Destes, 151,1 mil trabalhadores precisarão de uma nova formação para atender o ritmo de criação de empregos e a reposição de pessoas que deixarão o mercado de trabalho formal. Outros 802,3 mil trabalhadores precisarão de treinamento e desenvolvimento para atualizarem suas competências.

Conforme o presidente da FIESC, Mario Cezar Aguiar, “A dificuldade é que estamos em pleno emprego. Nós temos no estado uma taxa de 2,8% de desempregados e o estado não está encontrando mão de obra disponível. Outra realidade de Santa Catarina é que temos 7,7% de jovens entre 18 e 28 anos que não trabalham e nem estudam, então precisamos reverter essa situação. Logicamente que a falta de mão de obra acaba aumentando os custos, então há toda uma consequência por essa questão da falta de mão de obra para atender a demanda da indústria de Santa Catarina”.

O balanço também definiu a previsão de crescimento esperado para a indústria catarinense em 2025: 2,28%, menos da metade do crescimento registrado em 2024. 

“O ambiente em 2025 muda significativamente porque teremos taxa de juros mais altas levando a patamares que restringem essa capacidade dos consumidores de financiarem novas compras, novas aquisições. Então a gente espera que especialmente a partir do segundo ou terceiro trimestre vá ter um arrefecimento deste potencial da demanda e aí isso restringe a capacidade de crescimento da atividade industrial em Santa Catarina”, avalia o economista da FIESC, Pablo Bittencourt.

Já o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC), Idemar Antonio Martini, vê com otimismo o próximo ano, principalmente pela troca do comando do Banco Central, que até então, era contrário à política de reconstrução do país implementada pelo Governo Lula. 

Martini acredita que a mudança no comando no Banco Central haverá de dar um novo ritmo ao desenvolvimento do país e da indústria nacional, efetivando as políticas governamentais que aliam o desenvolvimento econômico com a inclusão social. Além disso, conforme ele, a escassez da mão de obra nas indústrias vai muito além da baixa qualificação, mas sobretudo da baixa remuneração,  poucos benefícios e jornada de trabalho elevada, o que faz o trabalhador e a trabalhadora se desmotivarem e optarem por outros setores da economia.

“Chegou o momento de os empresários olharem com atenção para os trabalhadores que geram a riqueza deste estado, valorizando e avançando nas negociações coletivas de trabalho, incluindo cláusulas que agreguem direitos e benefícios para a classe trabalhadora e não apenas pensar no lucro do próprio patrão”, avalia.


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Imprensa Fetiesc

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