As negociações seguem em impasse, com a FETIESC e os sindicatos filiados reivindicando não apenas a reposição inflacionária, mas também melhorias significativas nas condições de trabalho e benefícios
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Nesta semana, a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC) esteve engajada na defesa dos direitos e benefícios dos trabalhadores, participando de duas importantes rodadas de negociações coletivas. Contudo, os encontros terminaram sem um acordo satisfatório para os sindicatos laborais, que buscam mais reconhecimento e melhores condições para a classe trabalhadora.
A primeira negociação ocorreu na terça-feira, 15 de abril, em Joinville, envolvendo o Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado de Santa Catarina (SIMPESC). Representantes dos trabalhadores se depararam com uma proposta limitada, que se restringia ao reajuste salarial baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado nos últimos 12 meses, fixado em 5,2%.
Cintia Ronska, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Transformação de Plásticos de Rio Negrinho e região (SINTIPAR), expressou sua frustração com o processo. “A cada ano está sendo mais difícil negociar com o sindicato patronal, que sempre apresenta as mesmas desculpas, ignorando a importância de valorizar os trabalhadores que são a verdadeira força motriz da economia”, afirmou. Ela destacou ainda a perda de profissionais para outros setores que oferecem melhores incentivos e benefícios.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Plásticas, Químicas e Farmacêuticas de Brusque e região (SINTIPLASQUI), Ednaldo Pedro Antonio, trouxe à tona o paradoxo do crescimento econômico setorial frente à resistência patronal. “A indústria plástica catarinense cresceu 7% em 2024, mas os patrões alegam dificuldades econômicas para não avançar nas garantias trabalhistas”, destacou, posicionado este que foi acompanhado por João Brasil, presidente do sindicato de Jaraguá do Sul.
Na quarta-feira, 16 de abril, mais uma negociação aconteceu em Blumenau, na sede do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (SINTEX), representado pelo diretor Renato Valim. A proposta patronal foi ligeiramente superior, com um índice de 5,50%, mas ainda assim foi rejeitada por não atender às expectativas de valorização e benefícios adicionais.
Elfi Lemke, presidente do SINTEVE de Timbó e região, ressaltou uma demanda de longa data: a inclusão da cesta básica na convenção coletiva. “Há anos pleiteamos este benefício, essencial para o bem-estar dos trabalhadores, mas o sindicato patronal persiste na negativa”, lamentou Lemke, apontando a contradição de reclamarem da falta de mão de obra enquanto não valorizam os profissionais existentes.
O presidente do sindicato do têxtil e vestuarista de Pomerode, Wolfgang Schumann, trouxe peculiaridades da sua base destacando que as empresas do setor estão buscando jornadas de trabalho alternativas para tentar suprir a escassez de mão de obra. Na mesma linha, a presidente do sindicato de Indaial, Stephania Furlani, afirmou que as empresas da região estão em pleno vapor e com pedidos acumulados e que poderiam contratar mais centenas de profissionais para cumprir a demanda, reiterando que a única forma de evitar a migração da mão de obra do setor para outras categorias é a valorização salarial. Não foi diferente o relato apresentado pelo presidente do sindicato de Jaraguá do Sul, Pedro Soares, que informou e apresentou dados do crescente número de trabalhadores que, por iniciativa própria, rescindem o contrato de trabalho e buscam emprego no comércio, nas outras indústrias e até mesmo no serviço público, alegando melhores condições de trabalho e salário.
André Bevilaqua, assessor jurídico da FETIESC, que esteve presente em ambas as negociações, criticou o discurso unificado dos sindicatos patronais, vendo nele uma influência direta da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC). Bevilaqua acredita que há uma postura orquestrada e intransigente, contrária às ações do Governo Lula e desfavorável à classe trabalhadora, acrescentando que as propostas apresentadas nas duas rodadas de negociação destoam dos resultados das negociações coletivas do segundo semestre de 2024 e do primeiro trimestre de 2025 que apresentaram consideram ganho real com reajustes superiores ao índice de inflação a exemplo também da valorização do salário mínimo e dos pisos estaduais, sendo que esses últimos obtiveram mais de 2% de reposição acima da inflação.
As negociações seguem em impasse, com a FETIESC e os sindicatos filiados reivindicando não apenas a reposição inflacionária, mas também melhorias significativas nas condições de trabalho e benefícios, em um cenário onde a valorização do trabalhador é vista como crucial para a sustentabilidade do setor industrial em Santa Catarina.
Landivo Fischer e Ednaldo Pedro Antonio também participaram das negociações, representando a FETIESC.
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Em Joinville, a primeira rodada de negociação dos plásticos unificados

Em Blumenau, a rodada dos têxteis
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