Sindicatos reafirmaram seu compromisso com a unicidade sindical e o sistema confederativo, além de destacar a necessidade de uma ação unificada e estratégica para enfrentar os desafios impostos pelo neoliberalismo
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Na manhã desta segunda-feira, dia 02 de junho, a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC) aproveitou a presença de sua diretoria e do Conselho de Representantes em Itapema para promover um debate interno sobre o futuro do sindicalismo no Brasil. A discussão, organizada pela Escola de Formação Sindical da FETIESC, teve como foco o posicionamento da entidade frente à atual política sindical brasileira.
O presidente da FETIESC, Idemar Antonio Martini, abriu o encontro enfatizando a importância da participação ativa da classe trabalhadora nas eleições do próximo ano. Segundo Martini, é crucial eleger parlamentares comprometidos com a defesa dos interesses coletivos dos trabalhadores.
O professor Sabino Bussanello conduziu a discussão apresentando um estudo que traçou a trajetória histórica de resistência e ações concretas da FETIESC e seus sindicatos filiados. Bussanello destacou o esforço para reverter os impactos negativos da Reforma Trabalhista de Michel Temer e da Reforma Previdenciária de Bolsonaro, que enfraqueceram o sindicalismo brasileiro. Ele mencionou a criação de um Grupo de Trabalho em novembro de 2022, responsável por elaborar um documento entregue à equipe de transição do presidente Lula. A partir daí, foi instituído o Fórum Sindical Ampliado (FSA), que resultou em um projeto de Lei e uma Medida Provisória, com o objetivo de assegurar a sustentabilidade do sindicalismo brasileiro – os quais até agora foram ignorados pelo Governo.
Bussanello criticou um projeto alternativo proposto por três centrais sindicais, alegando que este possui um viés neoliberal e foi elaborado sem a participação dos sindicatos de bases, as federações e confederações, diminuindo o papel do Estado como mediador dos conflitos trabalhistas.
Os dirigentes dos sindicatos associados à FETIESC, em unanimidade, concordaram:
- Defesa da unicidade sindical e do sistema confederativo, respaldado pela Constituição Federal;
- Retomada das homologações das rescisões de trabalho e redução da jornada de trabalho sem redução salarial;
- Defesa e ampliação da atuação da Justiça do Trabalho e do Ministério do Trabalho;
- Custeio das entidades sindicais por todos os trabalhadores da categoria.
O presidente Martini reforçou a necessidade de expandir o FSA para engajar um debate nacional mais amplo e salvar o movimento sindical trabalhista, destacando que “a nossa maior arma é a unicidade”. André Bevilaqua, assessor jurídico da FETIESC, complementou afirmando que “a base é o caminho para poder avançar nessa proposta” sugerindo uma consulta ampla nos sindicatos para obter a real visão da categoria sobre os rumos do movimento sindical.
Valmor de Paula, do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias (STI) Vestuário de Caçador, refletiu sobre a derrocada do movimento sindical durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, especialmente com a introdução do banco de horas. Ele enfatizou a importância da unidade e solidariedade entre as entidades sindicais, propondo que “o que nos mantém de pé é a solidariedade, a unidade e a humildade”.
Marli Leandro, do STI Vestuário de Brusque, levantou a urgência de discutir o financiamento das entidades sindicais e sugeriu a criação de uma comissão tripartite, envolvendo o Ministério do Trabalho, para resolver essa questão. Carlos de Cordes, do STI Químicos de Criciúma, lamentou a inércia do governo Lula em relação à crise financeira dos sindicatos e alertou sobre a necessidade de organização para enfrentar futuros desafios.
Edvino Holz, do setor vestuário de Joinville, chamou atenção para a oposição da grande mídia aos sindicatos e para a equivocada percepção de microempreendedores individuais que se veem como empresários, e não mais como trabalhadores, o que impacta o futuro do sindicalismo.
Já Rosane Sasse, do STI Têxtil de Jaraguá do Sul, concluiu que “essa discussão é apropriada para a gente não se dividir, independente da central a que estamos filiados”, reforçando o compromisso com a unidade sindical.
A FETIESC busca agora ampliar o diálogo nacional por meio do Fórum Sindical Ampliado (FSA) para assegurar a sustentabilidade e a relevância do sindicalismo brasileiro.
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