Mesmo com alta de 5,3% no lucro líquido, as empresas do setor alegam dificuldades e recusam valorização salarial; FETIESC lança abaixo-assinado em defesa dos trabalhadores.
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As negociações coletivas de trabalho entre os sindicatos dos trabalhadores e o setor patronal da indústria papeleira de Santa Catarina foram interrompidas após a intransigência dos empresários em negar qualquer aumento real de salário. A alegação do setor é de que enfrenta dificuldades econômicas — argumento que, segundo a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC), não se sustenta diante dos resultados financeiros divulgados pelas próprias empresas.
A Irani S.A, uma das principais indústrias de papel e embalagens do estado, publicou recentemente em suas redes sociais um vídeo institucional apresentando o balanço do terceiro trimestre de 2025. Os números mostram que, no período, a empresa teve crescimento de 4,7% na receita líquida em relação ao mesmo trimestre de 2024, alcançando R$ 433,5 milhões.
Embora o volume de vendas de embalagens sustentáveis tenha registrado retração de 8% (42.743 toneladas), a própria empresa reconhece que isso decorre de uma “estratégia de priorização de rentabilidade em detrimento aos volumes” — ou seja, a escolha deliberada por margens maiores em vez de maior produção.
No segmento de papéis para embalagens sustentáveis, o volume de vendas se manteve estável, com pequeno crescimento de 0,8% (33.165 toneladas). Já os preços médios dos produtos apresentaram fortes elevações:
- Embalagens sustentáveis: aumento de 14,1% (R$/ton 6.192);
- Papel para embalagens rígidas: aumento de 15,6% (R$/ton 3.839);
- Papel para embalagens flexíveis: preço estável (R$/ton 5.240).
Esses ajustes de preço — resultado direto da “estratégia de otimização de margem” mencionada pela própria Irani — impulsionaram o lucro líquido da empresa em 5,3%, totalizando R$ 42,1 milhões no terceiro trimestre de 2025.
Diante dessa realidade, os trabalhadores e trabalhadoras da indústria de papel de Santa Catarina consideram inaceitável a proposta patronal, que prevê apenas o reajuste de 5,10%, equivalente à inflação acumulada, sem qualquer ganho real. Para a FETIESC, é inadmissível que um setor que segue lucrando e ampliando margens se recuse a valorizar a força de trabalho que sustenta esses resultados.
“Enquanto as empresas comemoram lucros e distribuem dividendos, os trabalhadores são obrigados a conviver com salários congelados. É uma questão de justiça e dignidade”, afirmou o presidente da FETIESC, Idemar Antonio Martini.
A Federação lançou um abaixo-assinado para que a categoria se mobilize e manifeste sua indignação diante da postura patronal.
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