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O deputado também abordou a alienação promovida pela mídia e pelos coaches, que propagam a ideologia do mérito e a teologia da prosperidade
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O terceiro dia da 17ª edição do Fórum Sindical Sul (FSS-2025) começou na manhã desta sexta-feira, dia 27 de junho, com uma palestra do deputado estadual do Paraná, Renato Freitas. Freitas trouxe uma perspectiva crítica sobre a comunicação sindical e as mídias sociais, destacando a complexa relação entre desenvolvimento tecnológico e os interesses da classe trabalhadora.
O deputado argumentou que o avanço tecnológico nem sempre beneficia os trabalhadores, muitas vezes resultando na desvalorização do trabalho. Ele traçou um paralelo histórico, lembrando que o Brasil tem raízes profundas na escravidão, o que moldou uma visão de trabalho como algo de segunda classe. “No Brasil, o trabalhador não é apenas subordinado, ele é ‘assujeitado’ na lógica escravocrata”, afirmou. Essa mentalidade, segundo ele, é reforçada pela uberização, onde trabalhadores preferem a informalidade para evitar a sujeição a um patrão.
Freitas também abordou a alienação promovida pela mídia e pelos coaches, que propagam a ideologia do mérito e a teologia da prosperidade, sugerindo que riqueza é sinal de salvação divina. “Essa é uma perversão capitalista e individualista da bíblia”, criticou Freitas, destacando o impacto dessa alienação, especialmente durante a pandemia, onde políticas desastrosas resultaram em 700 mil mortes.
Renato Freitas enfatizou a importância de ancorar as bandeiras sindicais nos territórios mais vulneráveis. “Precisamos estar nas periferias, onde a densidade demográfica é maior e onde o fascismo nasce e se organiza em milícias”, disse ele. Freitas acredita que a resistência também surge desses locais e que iniciativas como cozinhas comunitárias podem criar vínculos e gerar consciência de classe.
Ele também refletiu sobre a história das lutas sociais e a importância da dialética na transformação da sociedade. “A luta de classes é a fórmula das conquistas sociais. Não devemos temer o conflito, pois é através dele que ocorrem as transformações”, afirmou.
O deputado concluiu com um chamado à ação: “Precisamos oferecer um caminho de transformação, lutando contra o poder estabelecido dos patrões e construindo o senso comum de baixo para cima.” Ele destacou que o atual Congresso é inimigo do povo e que mudanças significativas só ocorrerão quando a pressão popular for irresistível.
O FSS-2025, realizado em Cianorte (PR), reúne dirigentes sindicais, trabalhadores e trabalhadoras de diversas regiões do Brasil, debatendo temas centrais como “Política, Comunicação e Sobrevivência”. O evento é um espaço vital para discutir estratégias de resistência e transformação em um cenário onde a classe trabalhadora enfrenta desafios sem precedentes.
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