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MATUSALÉM DOS SANTOS: Advogado faz uma análise de conjuntura e defende a soberania brasileira

“Todos os impérios caíram — Roma, Inglaterra, Japão — e chegou a vez dos EUA. Mas impérios caem atirando, e é preciso estar preparado, porque eles não entregarão o poder facilmente”, alertou o palestrante

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O ponto alto da reunião da Diretoria da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC), realizada nesta quinta-feira, 14 de agosto, em Itapema, foi a análise de conjuntura feita pelo advogado Matusalém dos Santos. O encontro reuniu dezenas de dirigentes sindicais de todo o Estado e buscou despertar consciências sobre o momento histórico vivido pelo Brasil e pelo mundo, especialmente diante da influência crescente das big techs e das tensões geopolíticas globais.

Segundo Matusalém, a recente tarifa de importação imposta pelo presidente dos Estados Unidos ao Brasil está diretamente ligada à disputa de poder e influência na América Latina. Ele destacou que, historicamente, os EUA mantiveram domínio econômico sobre o Brasil e a região, mas esse cenário começou a mudar com a formação do BRICS, bloco que reúne grandes economias emergentes.

“Quando os países em desenvolvimento formaram o BRICS, já eram grandes e fortes. Isso significou perda de espaço para o império. O Brasil é o quinto maior território, o quinto mais populoso, o quinto maior PIB e possui o quinto maior exército do mundo. Não somos o rabo que quer balançar o cachorro. Hoje, somos uma parte importante do próprio cachorro. Governado com soberania, o Brasil muda o jogo no tabuleiro geopolítico, e o império quer recuperar esse controle”, afirmou.

O advogado lembrou que, sempre que governos de esquerda tentaram fortalecer a soberania nacional, os EUA intervieram, citando exemplos como João Goulart, Juscelino Kubitschek e Dilma Rousseff. Para ele, o cenário atual indica um enfraquecimento da hegemonia norte-americana. “Todos os impérios caíram — Roma, Inglaterra, Japão — e chegou a vez dos EUA. Mas impérios caem atirando, e é preciso estar preparado, porque eles não entregarão o poder facilmente”, alertou.

Matusalém também criticou a elite brasileira, que, segundo ele, mantém alinhamento ideológico com os interesses norte-americanos. “O empresariado está convencido de que o Brasil é o ‘rabo do cachorro’. E o trabalhador da base, influenciado pela visão do patrão, acaba reproduzindo essa lógica. Conhecemos o mundo pela lente americana: Hollywood nos mostra que os EUA nunca perdem, que a Rússia é sinônimo de máfia e a América Latina, de tráfico. Isso molda nossa percepção e esconde a verdadeira história”, avaliou.

Para ele, a manipulação das massas hoje se dá não apenas pelo cinema, mas principalmente pelos algoritmos das big techs, que exploram instintos humanos como o “efeito manada”. “Assim como os animais correm pela dúvida para escapar do predador, somos conduzidos emocionalmente para um lado ou para outro. Esse medo ancestral está sendo usado para influenciar eleições, mercados e sociedades. É daí que surgem bandeiras como ‘Deus, Pátria e Família’”, explicou.

O advogado ressaltou que combater essa manipulação passa por defender a soberania nacional e investir no fortalecimento do mercado interno. “Se não nos rendermos aos EUA, podemos abrir novos mercados, agregar valor aos nossos produtos, gerar empregos de qualidade e criar linhas de financiamento para desenvolver a indústria nacional. A disputa é pelo poder e pelo dinheiro: a direita governou o Brasil por 500 anos, e a esquerda, apenas duas décadas. Apesar disso, nos últimos 20 anos avançamos mais do que eles e precisamos seguir nessa direção”, concluiu.

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Imprensa Fetiesc

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