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O deputado destacou ser crucial se reinventar enquanto classe trabalhadora, esquerda e movimento sindical, dialogando com a juventude de uma forma inovadora e diferenciada
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Durante sua participação no 11° Encontro Estadual da Juventude Trabalhadora, realizado no último sábado (24/08), pela Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (FETIESC), em Itapema, o deputado Renato Freitas (PT-PR), afirmou que os jovens da atualidade estão mais suscetíveis às mentiras e, em muitas vezes, sequer conseguem se desvencilhar das inverdades personalizadas que são geradas com base no que ele próprio acredita.
Freitas explicou que tal estratégia é utilizada pelos milicianos que compunham o bolsonarismo e que faz com que os jovens compactuem cada vez mais com a ideologia do mérito e, consequentemente, passem a ver as organizações sindicais como inimigas. Ademais, enfatiza que a própria classe trabalhadora da atualidade não se vê mais como trabalhador e trabalhadora, mas sim como empreendedores. “Tá no Uber, fazendo diária e sem nenhum direito garantido, e mesmo assim a pessoa não consegue se ver como trabalhador, isso porque o trabalhador brasileiro não tem uma imagem de sucesso”, explica.
Frente a essa situação, Freitas destacou ser crucial se reinventar enquanto classe trabalhadora, esquerda e movimento sindical, dialogando com a juventude de uma forma inovadora e diferenciada, pautando a valorização cultural e territorial, bem como radicalizando o conflito com os ideários fascistas que corroem a sociedade.
“Os nossos jovens não querem mais a tradição dos modelos falidos. Nossas instituições estão em crise. Essa batalha suja que vivemos desde 2013 desanimou os jovens que perderam a esperança de que as conquistas políticas advém dos partidos tradicionais. Eles querem reivindicar, mas não querem política”, assinalou o deputado, ao lembrar que as jornadas de junho de 2013 culminaram com o fascismo e o bolsonarismo, tidos hoje como um movimento popular, com faceta jovem.
Neste contexto, Freitas explicou que as questões da extrema-direita se transformaram na regra do jogo da sociedade atual: aumentar a mais valia e os lucros do patrão por meio do instrumento – um trabalhador – que será descartado quando não servir mais. “A gente não conseguiu explicar para os jovens o que é esse capitalismo selvagem. Muitas vezes escondemos as nossas bandeiras de esquerda e por isso somos escravos da mediocridade política”, reflexionou.
Neste dilema, o deputado diz ser imperioso o movimento sindical se reaproximar da juventude para explicar-lhes as contradições do mundo do trabalho em contraponto à naturalização do capitalismo que está impregnada tanto nos partidos da direita quanto da esquerda. “Os partidos divergem na superfície, mas são constituídos pelo capitalismo. A única forma de resolver esse conflito é de fato instaurar uma radicalidade. É necessária uma polarização que de fato seja digna desse nome, em que defenderemos um modelo oposto ao que impera na atualidade”, adverte.
Nesta seara vazia e banal, em que apenas os ‘costumes morais’ é que distinguem os cidadãos de esquerda dos de direita, Freitas denunciou o fato de que é controlam o capital que pautam a política e deslocam a discussão da economia, do mundo do trabalho e da redistribuição das riquezas para um território meramente moral, atrelando o posicionamento político dos indivíduos aos seus costumes.
“O tempo de crise é também um tempo de urgência. O que determina o tempo é a urgência. Hoje o tempo de urgência é do jovem desesperançoso, imediatista, refém de uma indústria fundada no tripé do sexo, do consumo e da violência”, finalizou.
O encontro estadual da juventude foi uma realização conjunta da FETIESC com a Nova Central Sindical de Trabalhadores de Santa Catarina (NCST-SC) e a União Geral dos Trabalhadores de Santa Catarina (UGT-SC).
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